sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Pedido de desculpas!

Olá, pessoal...!
Aqui é a Sakura-sensei falando.

Eu verifiquei o e-mail do blog esses dias e notei o monte de comentários e pedidos de parceria novos, e me senti na obrigação de vir aqui postar isto...

Vocês com certeza notaram que nós paramos com as aulas há muito tempo, certo?

Bom, eu lamento informar que nós (eu e a Mary) decidimos parar com as aulas em definitivo, por diversos motivos. Desculpem-nos, não queríamos decepcionar ninguém. De qualquer forma, nós não iremos tirar o blog do ar, para que vocês continuem aproveitando as aulas antigas, ok?

Eu ainda olho o e-mail do blog de vez em quando, então, qualquer coisa, vocês podem entrar em contato mandando um e-mail para lá, ok? (E-mail: ficwriterparaficwriter@hotmail.com)
Ou, se preferirem, podem entrar em contato comigo no e-mail do meu outro blog, já que eu o verifico muito mais vezes que o deste blog: wonderlandvirtual@hotmail.com .

Obrigada por continuarem acessando o Fic Fic e desculpem-nos, mais uma vez!

SakuraHiime

sábado, 16 de abril de 2011

Descrição: A alma da fanfic!


Por Sakura

   Olá, ficwriters! Como estão? Bem? Espero que sim! Sakura falando! ^^

    Bom, na aula retrasada eu falei sobre Foco Narrativo e expliquei a respeito dos tipos de narrativa e de narrador, certo? Tomara que vocês estejam lembrados, porque isso vai ajudar bastante na aula de hoje. Nesta sexta-feira, eu resolvi falar sobre o que, para mim, é a parte mais importante não só de uma fanfic, mas de qualquer tipo de narrativa: a descrição. “Mas descrição do quê, Sakura?”, vocês me perguntam. Calma, vamos chegar lá.
  Primeiramente, o que é descrição? Nós chamamos de “descrição” o conjunto de informações que possibilitam ao leitor imaginar algo exposto num texto. Por exemplo, para o seu leitor saber como é a aparência física do seu personagem, ele precisa de uma descrição dele; para que ele consiga imaginar como era o lugar onde a cena se passa, ele também precisa de uma descrição; para que ela possa entender o que a personagem sentia naquele momento, também é necessária uma descrição.
  Acho que o parágrafo acima deixa bem claro porque eu chamo a descrição de “a alma da fanfic”: para conseguir imaginar tudo dentro da história a pessoa que está lendo vai precisar de uma descrição. Se partirmos desse pressuposto, fica fácil deduzir que quanto mais bem elaborada a descrição, melhor a fanfic (notem: eu disse quanto mais bem elaborada, e não quanto maior; logo vou explicar isto também). Elas são diretamente proporcionais: se a descrição for boa, a fanfic também será boa, pelo menos em princípio (afinal tudo depende do enredo, da gramática, da organização do texto e de muitos outros fatores também; porém é fato que uma boa descrição ajuda e muito). É justamente por isso que as fanfics em forma de roteiro costumam ser condenadas pelos leitores mais críticos: elas não têm praticamente descrição nenhuma, então fica difícil “visualizar” a história.
  Sabem, quando eu comecei a escrever, eu nunca dei muita atenção à descrição; principalmente porque, no começo, eu fazia (ridículas) fanfics de Naruto em forma de roteiro (acho que foi como boa parte dos ficwriters começou, ne?). E mesmo depois que eu saí da fase do roteiro e comecei a escrever em prosa, ainda continuava não dando muita atenção à descrição. A coisa só começou a mudar quando eu entrei no AnimeSpirit, e vi que os leitores lá exigiam um nível mais alto de escrita (pelo menos na época em que eu entrei lá, agora não é mais a mesma coisa, infelizmente). Aos poucos eu fui “me tocando” de como a descrição era importante, e com isso minha escrita foi melhorando muito. E é por isso que eu decidi fazer esta aula para vocês hoje.
  Vamos lá, então:
  Quando eu estava estudando mangá (por conta própria), eu aprendi uma coisa muito importante, que me ajuda muito na hora de escrever e que se aplica a todo tipo de narrativa, tanto escrita, quanto falada e até encenada (no caso de peças teatrais, novelas televisivas, filmes, etc.). É o seguinte... Toda história (e também toda cena dentro de uma história) precisa responder a seis perguntas básicas: O quê? Quem? Quando? Onde? Como? Por quê?
Gravem isto. Se você decorar estas simples perguntinhas, será fácil para aprender a fazer uma boa descrição.
  Vou explicar agora o que cada pergunta significa:

  •      “O quê?” – Refere-se à ação em si, ou seja, o que o personagem estava fazendo. Ele estava correndo? Estava discando um número no telefone? Estava deitado olhando para o teto? Estava se transformando em lobisomem? O que ele estava fazendo?

  •       “Quem?” – Este é o personagem que estava praticando a ação que você mencionou ao responder a pergunta “o quê?”. Alguém estava correndo... Tá bom, mas quem? O Naruto? O Majin Boo? A Luci? A Sakura e a Tomoyo? Eu? Quem estava realizando a ação?

  •      “Quando?” – Tudo bem, isso aconteceu. Mas quando aconteceu? Era de noite? Ou era de dia? Foi quando o personagem era só uma criança, ou foi algo mais recente? Espere! Isso aconteceu ontem? Oh, não! Está acontecendo agora? Quando aconteceu?

  •      “Onde?” – Nossa! A Yuuki e o Zero brigaram ontem à noite! Mas, espere aí...? Onde isso aconteceu? Foi no Dormitório do Sol? Ou eles estavam no Dormitório da Lua, atuando como Guardians? Espere! Será que eles estavam mesmo na Academia Cross? Em que sala? Ou eles estavam caminhando na rua quando a discussão começou? Onde a ação se passa?

  •        “Como?” – Tudo bem, então o Near e o Mello estavam se encarando. Mas como? Near tinha um olhar calmo em seu rosto? Mello parecia furioso? Ou será que era o contrário? Será que havia um brilho de desafio em seus olhos? Será que eles se moviam, ou estavam parados como estátuas? Near não expressava emoção alguma? Mello parecia arrogante? Não, espere! O arrogante era o Near? Como a ação corria? Como as coisas aconteciam?

  •         “Por quê?” – Harry entrou tempestuosamente na sala do Snape e apontou o dedo indicador para ele com um olhar de fúria em seu rosto. Mas por que ele fez isso? Será que ele gosta de entrar subitamente na sala dos outros? Não, acho que ele tem que ter um motivo melhor que este. Então será que ele descobriu algo que Snape fez? OMK! Será que o Snape fez algo de ruim com a Hermione ou com o Rony? Ou alguma coisa aconteceu na escola, e Harry suspeita que o professor tenha algo a ver com isso? Será que Snape o deixou em uma situação constrangedora? Por que
Harry entraria desse jeito na sala do professor de Poções?

  Ok... Eu fiz as perguntas para exemplificar, mas acho que assim ficou mais complicado, não foi? Então vamos resumir:


 

   Então, esta é a primeira coisa que vocês devem observar ao fazer uma descrição: a história de um modo geral e cada cena individualmente deve responder a essas seis perguntas.
  Bom, agora que já sabemos o quê devemos descrever, o próximo passo é saber como fazer essa descrição. Para isso, há algumas coisas que precisam ser observadas:
  1) O tipo de narrativa;
  Se a sua narrativa for em primeira pessoa, a descrição acaba sendo muito mais livre. Você não precisa utilizar um vocabulário muito elaborado, e ainda pode dar opiniões pessoais a respeito das coisas, dos lugares e das pessoas. Também não há problema em utilizar gírias ou expressões bastante informais, nem em fazer comparações “estranhas” para causar efeito de humor. Observe o exemplo:
  Eu estava matando aula pela primeira vez em minha vida e achando tudo isso realmente incrível! Mas, sendo novato no assunto, não sabia muito bem o que devia fazer a seguir. Então fiz uma escolha que agora, parando para pensar, não foi lá muito legal (dentre tantas coisas que eu podia fazer...), mas ninguém pode negar que tenha sido criativa. Duvido que alguém que tenha matado aula já tenha feito isso um dia. Uau! Eu sou o cara! Entrei para a história da Arte de Matar Aulas logo na primeira vez em que fiz isso! Eu fui o primeiro aluno que, matando aula, resolveu dar uma de espião dentro da própria escola! Sim, eu sei que sou inteligente...
   Eu estava escondido atrás daquele arbusto enorme que havia no meio do pátio... Sinceramente, não sei onde conseguiram um arbusto tão grande e tão bizarro! Sério, ele não se parece com nenhuma planta que eu tenha visto antes na minha vida... Provavelmente é importado de um lugar tipo assim... A Gigantolândia ou talvez o Terrortistão. Vai saber. Enfim, como eu dizia... O que eu dizia mesmo? Ah, sim! Eu estava atrás daquela planta não-identificada quando vi meu professor de História chegando. Aquele cara sempre me pareceu meio misterioso... Para começar, eu jamais, jamais serei capaz de entender o porquê de ele vestir roupas iguais às da minha avó, logo pela manhã. Não estou brincando! Aqueles trapos velhos e sinistros me lembram muito aquelas roupas cheias de rendas da minha querida avozinha... Realmente um fato muito curioso. Ele era o cara perfeito para eu começar meu dia de espionagem na escola.
(Improviso da Sakura)
  Ah, vamos combinar, até que esse exemplo ficou criativo! [/apanha
  Ok, isto não vem ao caso. Prossigamos com a aula... Bom, neste exemplo, como vocês podem observar, a linguagem é bastante livre, bem informal, e eu não usei nenhuma palavra muito elaborada, nada que nós não costumemos falar no nosso dia-a-dia mesmo. Isso fica bem claro quando o personagem utiliza gírias como “cara” ou compara as roupas do professor dele às de sua avó.
  Numa narrativa em terceira pessoa, isso não poderia acontecer, pelo menos não da maneira como eu coloquei no exemplo. Isso porque, querendo ou não, por mais que você tente não ser muito formal nem “complicar” demais as coisas, a narrativa em terceira pessoa é construída com uma linguagem mais bem trabalhada e não admite certas coisas, como a citação explícita de opiniões pessoais do narrador. Observem o mesmo trecho, agora narrado na terceira pessoa:
  David estava matando aula pela primeira vez desde que entrara na escola. Embora procurasse não admitir nem mesmo para si próprio, ele estava bastante nervoso e não sabia o que fazer. Tudo era muito novo: a adrenalina em suas veias, o temor constante de ser apanhado, a certeza de que sua mãe o mataria se soubesse e a consciência de que o que fazia naquele momento era errado. Tudo isso, todas essas emoções, mexiam com o cérebro do garoto. Pelo menos, só pode ser esta a única explicação para a decisão que ele tomou: dentre todas as coisas que poderia fazer enquanto esperava o fim das aulas, ele escolheu a mais estranha e periclitante. David decidiu que naquela manhã ele brincaria de espião dentro da própria escola. Sua inteligência de fato é digna de admiração.
  Ele estava escondido atrás de um grande arbusto que ninguém sabia ao certo de que espécie era, mas que era grande o bastante para esconder um filhote de elefante, se fosse necessário. David costumava dizer que a origem duvidosa da planta só tornava a escola mais estranha do que já era naturalmente. E outra coisa que fazia com que aquele colégio fosse mais ‘bizarro’ do que as instituições de ensino costumam ser por natureza estava chegando naquele momento.  O garoto, invisível para todos os mortais que passavam por ali (e ele esperava que todos fossem meros mortais), observou enquanto o professor de História, Sr. Parmênides, vestindo seus trapos velhos e de aspecto sinistro habituais, atravessava os portões da escola e se dirigia para o prédio. David sempre o achara muito suspeito... Era a vítima perfeita para ser a primeira pessoa (se é que ele podia ser considerado uma pessoa) espionada por ele.
(Improviso da Sakura)
  Aqui, fica bem fácil observar que, mesmo sendo narrado com uma linguagem relativamente livre, este exemplo tem um ar bem mais sério e formal que o anterior. Você não vê neste aqui gírias como “cara”, e a única palavra mais informal que aparece (“bizarro”) é colocada entre aspas.  Além disso, há frases mais bem trabalhadas, como “Sua inteligência de fato é digna de admiração”, e palavras mais incomuns na linguagem falada, como “periclitante”. Entenderam a diferença?
   Então, a primeira coisa que você precisa observar é o tipo de narrativa, que irá automaticamente definir o tipo de linguagem utilizado. Para ficar mais fácil, vamos resumir as características da linguagem de um e de outro tipo narrativo:
  a) Narrativa em primeira pessoa:
  •  Linguagem bastante “livre” e em tom informal;
  • Possível presença de gírias e expressões comumente utilizadas na linguagem falada atualmente (ex.: “cara”, “nerdice”, “tipo assim”, etc.);
  •   Pouca ocorrência de palavras “diferentes”, não utilizadas com frequência quando conversamos com alguém (ex.: “periclitante”, “extraordinário”, “incólume”, etc.);
  •  Presença de opiniões pessoais do personagem a respeito das coisas, lugares e pessoas explícitas no texto;
  •  Possível presença de comparações “estranhas”;
  b) Narrativa em terceira pessoa:
  •  Linguagem mais bem trabalhada, com frases mais complexas e um tom mais formal;
  •   Ausência de gírias e expressões populares ou, quando utilizadas, mencionadas entre aspas;
  • Ausência de comparações “estranhas”;
  •   As opiniões pessoais do personagem não aparecem tão explícitas, mesmo quando ditas pelo narrador-onisciente;
  •  Aparição mais freqüente de palavras que não costumamos utilizar em nosso dia-a-dia (ex.: esporadicamente, taciturno, tangível, etc.);
   E é isto. Espero que este aspecto tenha ficado claro. Qualquer dúvida, comentem, e eu esclarecerei com o maior prazer! ^^
  Bom, então vamos continuar. O próximo aspecto a ser observado é...
  2) O ritmo da fanfic;
  Se o trecho em questão estiver sendo narrado num ritmo rápido (como, por exemplo, no efeito de “câmera rápida” que sobre o qual eu falei na minha última aula), então a descrição será mais curta, simplificada, para acompanhar o ritmo da cena. Observem:
  Enquanto a música adentrava em meu cérebro, tomando parte na própria composição do meu ser, eu dançava louca e incontrolavelmente. As luzes hipnóticas da pista de dança piscavam freneticamente, e cada piscada acompanhava um de meus movimentos como um flash. Eu rebolava, e balançava os braços, e mexia as pernas, e subia, e descia. Tinha esquecido tudo, até o meu próprio nome. A música era tudo, estava em toda parte, a música era minha vida, era meu ar, era eu. Eu percebia apenas vultos das pessoas que se agitavam à minha volta, mas era como se elas simplesmente não existissem. Oh, não! A música era minha única companheira e aquele era meu mundo, só existíamos a música e eu, e mais nada. Naquela noite, eu dançava como se não houvesse amanhã.
(Improviso da Sakura)
  Neste trecho há um efeito de “câmera rápida”, certo? Então, a descrição também precisava ser algo rápido, para acompanhar o ritmo, e foi isso o que aconteceu. Se vocês repararem, nesse exemplo não há muitos detalhes, e a descrição é bem simplificada: a personagem fala apenas vagamente a respeito do que ela estava fazendo, das pessoas e do local onde estava. Não há aquela preocupação em detalhar tudo isso, até porque esse momento passa rápido demais para ser relevante. Entenderam a ideia?
  Por outro lado, se a narração estiver num ritmo lento (como no efeito de “câmera lenta”), a descrição automaticamente será mais longa e apresentará mais pormenores. Vejam:
  Suas pernas fraquejavam, as mãos tremiam. O coração, normalmente tão corajoso, batia acelerado como se fosse rasgar seu peito e saltar fora dele a qualquer momento. A luz forte e límpida o cegava, cintilando mais do que as estrelas noturnas e com uma brancura sem igual. Uma brisa fresca e ao mesmo tempo quente – assim mesmo inexplicável – soprava daquele ponto brilhante, acolhedora, passando uma sensação de paz que aquele ser humano jamais sentira. Raito olhava para aquela aparição com os olhos arregalados, prendendo a respiração sem se dar conta, sentindo uma ansiedade e, estranhamente e ao mesmo tempo, uma calma e uma tranquilidade fora do comum. Ele nem precisaria de sua experiência com o sobrenatural para saber que aquilo não se tratava de uma coisa deste mundo. E de fato. O jovem Kira teve sua confirmação segundos depois quando a luz ofuscante diminuiu o suficiente para que ele pudesse ver sua fonte... Lentamente, como se o chão começasse a desmoronar sob seus pés aos poucos, uma fraqueza tomou conta de seus membros inferiores e seus joelhos cederam. Raito caiu diante daquela visão, enquanto soltava o ar que ainda segurava em seus pulmões, numa única exclamação assustada: ‘Ryuuzaki?!’”
(Improviso da Sakura)
  Neste caso, o efeito já é de câmera lenta; a ação deve ter ocorrido em uma questão de segundos, mas é retratada como se tivesse durado muito mais tempo que isso. Então, como vocês podem observar, a descrição também é muito mais detalhada: o narrador descreve a luz, descreve o que Raito sentia naquele momento, descreve passo-a-passo o momento em que ele cai... Tudo bem lento e detalhado. Conseguiram ver a diferença?
  Então, vamos para o próximo...
   3) A importância do fato narrado para a história;
  Digo isto porque tem gente que exagera na descrição de coisas que nem têm grande (ou pior: nenhuma) importância para a história. Certa vez eu li uma fanfic em que a autora descrevia tanto um determinado ambiente, mas tanto, que quando eu cheguei ao final da descrição, eu já tinha me esquecido do que estava se passando na história. E não só isso. Depois eu descobri que o tal ambiente era apenas um lugar pelo qual a personagem passava, que não tinha nenhuma relevância para o enredo. Eu sou a favor de uma descrição bem completa e tudo o mais, mas certas coisas simplesmente não precisam ser descritas. Vou dar um exemplo para vocês entenderem melhor.
  Imaginem que a história é a seguinte: uma garota perdeu seus pais, sua única família conhecida, num acidente de carro, aos quatorze anos. Como ela era menor de idade, foi encaminhada para um orfanato. Ficou lá apenas por alguns meses, pois deu a sorte de ser adotada por um casal que gostaria de ter uma filha adolescente. O trecho a seguir refere-se ao momento em que ela, de má vontade, chega à nova casa:
  A fachada da casa pareceu a Annie muito insossa. As paredes eram de um tom de amarelo claro que a deixou enjoada, embora talvez isso se devesse apenas à aversão que a garota já sentia do lugar, mesmo sem tê-lo conhecido, devido às circunstâncias. As janelas do andar térreo eram retangulares e grandes, pintadas com tinta branca, e possuíam jardineiras cheias de flores. A porta era branca e retangular, com a maçaneta dourada e circular posicionada no canto direito dela, em relação a quem entrava na casa. Tudo branco e amarelo. Para finalizar, havia uma pequena cerca feita de estacas brancas delimitando o quintal da família, ao estilo ‘American Way of Life’. Algo assim só poderia existir nos EUA atuais em uma cidadezinha do interior desconhecida como aquela mesmo.
  Quando todos entraram na casa, a sala não causou à garota uma opinião mais favorável. Os móveis nada modernos estavam dispostos ali como numa casa de bonecas. Não havia nada de inovador, nada que diferenciasse aquela casa das outras da cidade, que a garota suspeitava que fossem exatamente iguais àquela. O sofá estava com o estofado vermelho-vinho bastante gasto, como se estivesse ali há umas três gerações. A televisão parecia uma caixa, bem diferente das televisões modernas e ‘fininhas’ que se encontra em NY hoje em dia. O telefone era quase um objeto não-identificável. E parecia que um urso tinha morrido para fazer aquele tapete fofo e fedorento. Isso para não mencionar os milhares de bibelôs e porta-retratos com fotos amareladas espalhados por todo o ambiente. As paredes tinham o mesmo tom de amarelo que o exterior da casa. O chão era de madeira, mas estava lascado, o que já era de se esperar, considerando-se a idade que aquela casa devia – ou pelo menos aparentava – ter. Num cantinho, quase escondida, encontrava-se uma escada diminuta.
  Subindo a escada, você entrava num corredor que dava acesso aos quartos, ao banheiro e a outro cômodo que Annie ainda não sabia de que se tratava. Entrando ali, a primeira coisa que se notava era o tom de vermelho das paredes, o qual chegava a ser agressivo quando comparado com a tinta das paredes do resto da casa. O chão também era diferente: era de madeira, sim, mas era uma madeira clara e de aparência nova, enquanto a do andar inferior era escura e gasta. Havia detalhes em madeira branca no teto e no rodapé ao longo do corredor. Podiam-se notar também algumas teias de aranhas – com aranhas – nos cantos das paredes. As portas estavam assim dispostas: uma delas localizava-se na parte norte do corredor e era de um branco ofuscante, como se tivesse sido recém-pintada; outras duas estavam na parede leste e pareciam não serem tão novas quanto ao outra, mas também não tão velhas como outras partes da casa; a última, provavelmente o banheiro, localizava-se na parede sul do corredor e parecia, assim como o andar de baixo, bastante velha. Com certeza era estranho. As maçanetas eram todas marrons e opacas, exceto a da porta mais nova, que era dourada e brilhava com a luz que vinha da lâmpada fosforescente no teto. Difícil acredita que alguém ainda usasse lâmpadas fosforescentes... Tão anti-ecológico! [...]
(Improviso monstruoso da Sakura)
  Ufa! Desculpem-me por escrever quase uma fanfic aqui... É que eu precisava disso para vocês poderem entender bem o meu ponto de vista. Então, convenhamos, precisava dessa descrição tão cheia de detalhes da casa? Não é uma história de mistério, em que os detalhes do cenário podem ser importantes, é só um Romance/Drama comum... Então, de que me importa se as maçanetas das portas eram douradas ou marrons? Nada a ver, não é? E essa descrição não fica cansativa e não te deixa meio “perdido” no meio da história? Foi isso o que eu quis dizer... Descrição demais, em alguns casos, pode ser bastante prejudicial...
  Conclui-se, então, que é necessário avaliar a importância da cena e do objeto ou cenário descrito antes de começar a descrever, para não começar a dar detalhes demais e deixar tudo cansativo e confuso. Ok?

  Esses são os três principais aspectos que precisam ser analisados se você quiser fazer uma boa descrição. Podemos destacar, ainda, mais um:
  4) O vocabulário;
  Tudo bem que você não vai encher sua fanfic de palavras “estranhas” e deixá-la parecendo um texto judiciário, mas você ainda pode usar umas palavras diferentes de vez em quando, ne? Isso torna o seu texto mais interessante e ajuda a evitar repetição de palavras. Por exemplo, veja o trecho abaixo:
  Jacob andava triste pela praia de La Push. Estava um bonito pôr-do-sol, depois daquele dia ensolarado, mas o garoto nem notava. Aliás, mesmo que começasse a chover ou a nevar, era pouco provável que ele notasse. Estando assim tão triste, e uma vez que o frio não o incomodava, o clima era, para ele, o que menos importava.
(Improviso da Sakura)
  Perceberam como a repetição deixa esse parágrafo até um pouco... Monótono? Agora, se nós simplesmente trocássemos o primeiro “triste” por outra palavra de igual significado...
  Jacob andava taciturno pela praia de La Push. Estava um bonito pôr-do-sol, depois daquele dia ensolarado, mas o garoto nem notava. Aliás, mesmo que começasse a chover ou a nevar, era pouco provável que ele notasse. Estando assim tão triste, e uma vez que o frio não o incomodava, o clima era, para ele, o que menos importava.
  Viram como fez a diferença? Eu diria que até deu um ar mais “poético” ao trecho. E eu só troquei uma palavra! Então, fica fácil perceber que se você investir um pouquinho em ampliar o seu vocabulário (depois, se quiserem, eu escrevo uma dica falando mais a respeito de como fazer isto, ok?), sua fanfic melhorará e muito.
 
  Então, acho que isto é tudo o que há para se falar a respeito de descrição. “Mas, Sakura, você não nos disse nada de concreto sobre como fazer uma boa descrição, só nos disse o que observar!”, vocês me dirão. Sim, é verdade. Porém, não há como eu ensiná-los realmente a descrever bem. Isso é uma habilidade que só se adquire com o tempo; só tentando descrever bem você conseguirá fazê-lo. Eu costumo dizer que é uma questão de instinto: com o tempo, automaticamente você saberá o que descrever e como descrever, e sem precisar ficar analisando esses aspectos. Então, fica aqui a dica final: ao escreverem, lembrem-se das minhas dicas e esforcem-se para melhorar. Mas esforcem-se de verdade. Isso é tudo de que vocês precisam para melhorar sua descrição! Ganbatte! ^^
  Ufa! Que aula longa, ne? Bom... Então vamos aos exercícios... [/foge.das.pedradas
 
Exercícios
01. Escolha um dos personagens abaixo e imagine que por algum motivo ele teve de ir a um cemitério. Descreva essa cena, lembrando-se de responder a todas as seis perguntas (“O quê?”, “Quem?”, “Quando?”, “Onde?”, “Como?” e “Por quê?”).
  • Bella (Crepúsculo)
  • Natsu ­(Fairy Tail)
  • Liesel (A Menina Que Roubava Livros)
  • Karin (Naruto)
  • Pierre (banda Simple Plan)
  • Ravena (Teen Titans)
  • Link (Legend of Zelda)
  • Megurine Luka (Vocaloid)
  • Zé Carioca (Walt Disney Comics)
  • Dean Winchester (Supernatural),
02. Extraia do texto abaixo as respostas das seis perguntas básicas de uma descrição.
  Era uma noite de lua minguante e eu caminhava com minha namorada pela calçada. Eu estava implicando com ela por ter fugido no meio do filme de terror que estávamos vendo. Diana não sabia se ria das minhas palhaçadas ou se ficava irritada comigo. Estava tudo muito bem, até que ouvi um ruído. ‘Você ouviu isso?’, perguntei, parando repentinamente. A garota virou-se para mim com um ar irritado: ‘Não tem graça, Mark!’, ela ralhou. Eu ia responder, mas tudo o que pude fazer foi gritar, ao ver aquela criatura medonha se aproximando por trás dela...
(Improviso da Sakura)
  Questão objetiva:
  03. Leia o trecho e julgue as afirmações em verdadeiro (V) ou falso (F):
  O lugar tinha um ar mágico, com todos aqueles espelhos. A janela enorme deixava passar a luz da lua cheia, a única que iluminava o ambiente. Lily contemplou sua imagem refletida incontáveis vezes nas paredes daquele grande estúdio de balé, imaginando como tinha ido parar ali. Não era um sonho, disso ela tinha certeza. Lembrava-se claramente de ter visto um vulto ao acordar subitamente em seu quarto, segundos antes. Teria sido Ginny, sua mãe? Mas porque a mãe aparataria (e a garota tinha certeza de que tinha sido aparatação acompanhada, porque já fizera isso antes) com ela para um estúdio de balé, no meio da noite? Se tivesse sido para um campo de quadribol, talvez ela não estranhasse tanto, mas um estúdio de dança? Não fazia sentido. A ruiva de olhos verdes aproximou-se lentamente de um dos espelhos, com a mão estendida para ele, como se estivesse hipnotizada por seu próprio reflexo. Assim que ela tocou a superfície fria, sem qualquer aviso, um vulto apareceu atrás dela. Arregalando os olhos, ela o reconheceu. Agora ela entendia o motivo. Não era um passeio noturno, nem um sonho. Era um seqüestro. Lily gritou, apavorada com a ideia, enquanto seu raptor ria uma risada fria, diabólica...
(Mais um dos improvisos da Sakura)

  I. No trecho, a pergunta “Por quê?” não é respondida, mas deverá ser respondida numa cena posterior, cedo ou tarde.
  II. A resposta à pergunta “Quem?”, nesse caso, seria “Lily e Ginny”.
  III. A resposta para “O quê?” encontra-se resumida na frase “Lembrava-se claramente de ter visto um vulto ao acordar subitamente em seu quarto, segundos antes.
  IV. A cena possui um leve efeito de câmera lenta, com a quantidade relativamente alta de advérbios de modo empregados.
  V. A cena poderia ser dividida em dois momentos distintos, antes e depois do aparecimento do vulto misterioso.  Feita essa divisão, as perguntas “O quê?”, “Quem?” e “Como?” teriam respostas diferentes para os dois momentos, as perguntas “Onde?” e “Quando?” teriam respostas iguais, e a pergunta “Por quê?” permaneceria sem resposta.
  Marque a alternativa que corresponde ao seu julgamento:
  a) Está correto o que se afirma apenas em I, II e IV.
  b) A III é a única incorreta.
  c) Todas as afirmativas estão corretas.
  d) II e III estão erradas.
  e) Todas as afirmativas de número ímpar estão incorretas.

  *Gabarito
  01. Resposta pessoal.
  02. O quê? = O casal caminha pela calçada, e para repentinamente quando o rapaz ouve um ruído.
  Quem? = Mark e Diana
  Quando? = Em certa noite (de lua minguante, após sair do cinema no meio do filme)
  Onde? = Na rua/na calçada
  Como? = Conversando, enquanto Mark implica com Diana dizendo que ela é medrosa demais
  Por quê? = Pergunta não respondida claramente no trecho
  03. D
  Resposta comentada: Esta questão foi bem difícil, então vou explicá-la a vocês. ^^”
  I. Esta está correta, porque de fato não fica claro o motivo de Lily ter ido parar no tal estúdio. Tudo bem, ela foi sequestrada, que seja. Mas isso é o quê aconteceu, e não o porquê de ter acontecido. Não há como inferir do trecho o(s) motivo(s) do sequestro, portanto a resposta deverá aparecer posteriormente na história.
  II. Está errada. Ginny não aparece na cena! Lily levanta essa hipótese, mas ela está errada, pois não é Ginny quem está ali. Pelo menos, não é dito no trecho que aquele vulto é a Ginny.
  III. Errada. Não é como se a ação toda se resumisse a essa frase. Aliás, essa ação nem faz parte da cena que estamos analisando agora, ela aconteceu antes da cena em questão, é apenas uma lembrança de Lily!
  IV. Não há tantos advérbios de modo assim no parágrafo, pelo menos não o suficiente para desacelerar o ritmo da narrativa, que prossegue normalmente – nem rápido, nem lento.
  V. Corretíssima. Sei que esta foi a mais difícil de entender, então prestem atenção; vou dividir a cena em dois momentos, como a afirmativa disse que podemos fazer:
  Antes do aparecimento do vulto:
  O quê? = Observa sua imagem refletida nos espelhos enquanto aproxima-se de um deles até tocar sua superfície
  Quem? = Lily
  Quando? = Em certa noite (de lua cheia)
  Onde? = Num estúdio de balé
  Como? = Aproxima-se lentamente, como se estivesse hipnotizada por seu reflexo, ao mesmo tempo perguntando-se como foi parar ali
  Por quê? = Sem motivo claro no trecho
  Depois do aparecimento do vulto:
  O quê? = O vulto aparece e ri; Lily assusta-se e grita
  Quem? = O vulto misterioso e Lily
  Quando? = Em certa noite (de lua cheia)
  Onde? = Num estúdio de balé
  Como? = O vulto aparece subitamente e ri diabolicamente; Lily grita apavorada
  Por quê? = Sem motivo claro no trecho
  Viram só? As respostas para “O quê?”, “Quem?” e “Como?” mudam, mas as respostas de “Onde?” e “Quando?” permanecem as mesmas. Além disso, a pergunta “Por quê?” não tem resposta.
  Para esclarecer, a resposta correta é a D, porque afirma que II e III estão erradas e de fato elas estão. A alternativa D estaria errada se tivesse dito que apenas a II e a III estão erradas, mas não é isso que ela diz. Sim, eu sei que sou malvada em colocar uma questão assim. òwó [/apanha

  Obrigada por lerem! Espero que esta aula lhes tenha sido útil! E até a próxima!

  Vocabulário extra
  A pedido do Sasuke Uchiha, um dos leitores do blog, eu e a Mary vamos começar a colocar, ao final das nossas aulas, umas palavras “diferentes” que você pode utilizar nas suas fanfics para incrementá-las, deixar seu texto mais atrativo e evitar a repetição desnecessária. Então, hoje temos estas palavras, utilizadas aqui na aula mesmo:
ü  Periclitante – Segundo o dicionário: adj. Que está em perigo. (ex.: A garota, periclitante, gritava por ajuda.) No entanto, eu também me lembro de ter visto o termo significando “em que se está em perigo”, como eu citei na aula. Se não me engano, vi isso num livro que li na 4ª série... De qualquer forma, por via das dúvidas, melhor utilizar com a definição do dicionário, não é? ^^”

  • Extraordinário – Segundo o dicionário: adj. 1. Algo que não é costume; 2. Fora do comum; 3.Que não é obrigatório; 4. Excepcional; 5. Muito grande, excessivo; 6. Assombroso ; 7. Singular, raro, anormal. [Definição resumida] (ex.: Aquela era uma tarefa extraordinária, portanto era óbvio que a maioria não a faria.)
  •  Incólume – Segundo o dicionário: adj. 1. Que não sofreu nada no perigo, são e salvo; 2. Bem conservado (ex.: Os olhos do arqueólogo encheram-se de lágrimas ao pegar a peça, incólume mesmo depois da guerra histórica.)
  •  Esporadicamente – fig. 1. Raramente; com pouca frequência (ex.: Esporadicamente, aparecia um cavaleiro com coragem suficiente para tentar entrar no castelo abandonado e recuperar o retrato do rei.) [Para a definição literal da palavra, consulte um dicionário.]
  •  Taciturno – Segundo o dicionário: adj. 1- Tristonho, melancólico; 2- Sombrio; 3- Silencioso (ex.: Na aula há um exemplo, em que a palavra aparece com seu primeiro significado.)
  •  Tangível – Segundo o dicionário: adj. 1- Que pode ser tocado; 2- Palpável, que facilita a compreensão [Definição resumida] (ex.: A escuridão era tão densa que chegava quase a ser tangível.)
  •   Pormenor – subst. Detalhe. (ex.: Sakura contava para quem quisesse ouvir, com bastantes pormenores, como havia sido seu encontro com Sasuke.)
  • Insossa – adj. 3. Que tem pouco interesse, sem graça, desinteressante [Definição resumida; para todos os significados, consulte o dicionário.] (ex.: Há um exemplo com este significado, o mais utilizado, na aula.)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Figuras de Linguagem

Olá, Ficwriters! Tudo bem com vocês? Espero que sim! (:

Bom, antes de tudo eu queria saber: o que está acontecendo com este blog?! Todos os nossos visitantes simplesmente sumiram! o_o

Quer dizer, escrever é um prazer para a gente, mas não receber nenhum comentariozinho desanima qualquer um, né?

Bom, sem mais, vamos começar a aula de hoje /o/

Figuras de Linguagem
Por Mary

Primeiramente, o que é uma figura de linguagem (ou semântica)? São estratégias que o autor pode aplicar para conseguir um efeito melhor na interpretação do leitor!

Exemplos:
A amada é um tecido de sensações e fantasias.
(Rubem Braga, Uma lembrança)

Atravesso noites e dias no vento.
[...]
Se desmorono ou se edifico,
Se permaneço ou me desfaço,
- não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.
(Cecília Meireles, Motivo)

Entenderam?

Os autores querem um sentido ampliado, figurativo para as palavras (as que eu deixei em destaque). Existem vários recursos para deixar a imaginação do leitor voar. Vamos conhecer algumas?

(Antes de qualquer coisa: Linguagem denotativa é a linguagem literal, quando o autor quer que o leitor interprete a palavra ao pé da letra. E linguagem conotativa é a linguagem figurativa, que não precisa ser necessariamente o significado exato da palavra.).



Quando é atribuída uma ação humana a um ser inanimado, dizemos que se fez uso de uma figura de estilo chamada prosopopeia (também chamada de personificação) .
Ou seja, quando algum objeto  ou elemento da natureza tem uma ação que pode ser considerada humana.

Exemplo:
Yuuki olhava impaciente seu relógio de pulso, e ele a encarava firmemente, passando as horas lentamente, com um prazer quase cruel.
(Encarar? Relógios não têm olhos para encarar. Mas dá para entender o sentido. Isso se chama prosopopeia!).


Onomatopeia é a que imita os sons emitidos por seres e/ou objetos.
Ou seja, um barulho qualquer que possa ser representado para o leitor entender melhor.

Exemplo:
Minami estava sentada na cadeira em frente à tela do computador, sem coragem de olhar para trás. A batida surda de um pé contra a madeira da pequena cama existente no quarto – toc, toc, toc – indicava que Ai não estava muito paciente para os melindres de seus clientes esta noite.
(A onomatopeia “toc, toc, toc” representa o barulho que o pé da Ai Enma fazia ao bater o pé na madeira da cama de Minami).


Ironia é a palavra ou expressão utilizada para expressar o contrário do que se diz, para provocar crítica, humor, etc.
Ou seja, é basicamente... Isso mesmo que ele diz, não tem como simplificar mais. >.<

Exemplo:
- Eu tenho que agradecer. – Airi sorriu para mim, mas notei um toque de loucura em seu sorriso. – Por este chão para dormir e por este pão duro para comer toda manhã. Por me deixar respirar e apenas existir. Espero que Deus lhe dê em dobro.
(Lendo rápido parece que ela está agradecendo, certo? Mas ela está na verdade desejando coisas ruins para a pessoa que narra, ao pedir que “Deus dê em dobro”, pois só coisas ruins aconteceram com ela. Coitada...).


Hipérbole é a expressão marcada pelo exagero, para intensificar a ideia que queremos expressar.

Exemplo:
- Não acredito! – Sadie jogou as mãos para o alto irritada, enquanto eu a olhava de canto de olho. – A gente deu tipo umas três mil passadas para chegar até aqui, e você vem me dizer que tem outro monstro querendo almoçar a gente?!
(Sim, eu gosto de Rick Riordan – Ahn, então a Sadie contou passada por passada, até chegar aos 3 mil? Não, ela exagerou de propósito)



Agora, vamos à parte que todo mundo adora! xD

Exercícios

(Vou passar apenas um, mas este é especial... É de um vestibular! Cuidado, hein. -rs)

1 – (UFPE) Assinale a alternativa em que o autor NÃO utiliza prosopopéia.

a) “A luminosidade sorria no ar: exatamente isto. Era um suspiro do mundo.” (Clarice Lispector)

b) “As palavras não nascem amarradas, elas saltam, se beijam, se dissolvem…” (Drummond)

c) “Quando essa não-palavra morde a isca, alguma coisa se escreveu.” (Clarice Lispector)

d) “A poesia vai à esquina comprar jornal”. (Ferreira Gullar)

e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo Neto)


Resposta

Atenção, não leia isso a não ser que já tenha escolhido uma.

e) “Meu nome é Severino, Não tenho outro de pia”. (João Cabral de Melo Neto)



Uma última coisa.

Desculpem-me pela demora desta aula. Eu estava realmente ocupada este final de semana. Além de ter (literalmente) 182 exercícios de química para fazer, passei o domingo fazendo uma tatuagem (um símbolo do infinito no pulso, yay!) e comemorando o aniversário da minha irmã. No final, acabei me atrasando além da conta, e isso é meio imperdoável. Vou tentar fazer uma aula maior da próxima, ok? (: