sábado, 26 de março de 2011

Rascunhando Personagens

Olá, pessoal!

E aí, estão gostando do novo cronograma do FicFic? Espero que sim. ^^

Sem enrolações, vamos à aula de hoje!

Rascunhando Personagens
Por Mary

Bom, antes mesmo de começar uma fanfic, você tem que ter pelo menos a base de como você quer seu personagem. Será uma pessoa má ou boa? Alguém confiável? Como será sua aparência, seu jeito, sua infância, sua vida?

Um personagem bom faz o leitor se identificar com ele, mesmo que seja algo extraordinário, como uma fada ou até um bruxo. Afinal, todos nós temos nossos traumas e rancores, guardados bem no fundo.

O personagem vai crescendo com o leitor. Um bom exemplo disso é Harry Potter. Minha irmã tinha exatamente 10 anos quando começou a ler as aventuras do bruxinho, e conforme ela crescia, Harry também, fazendo-a se identificar com as dúvidas que ele tinha de adolescente, os desafios por que ele passava... Hoje ela tem 19 anos, e continua fã dele, pois representou uma fase muito importante na vida dela. Entendem o que eu quero dizer? >.<

Além de se identificar com ele, o leitor tem que entender diversas partes do comportamento de seu personagem. Será que ele se tornou o vilão por um trauma de infância? Aquela adolescente inocente que não sabe nada da vida terá sido assim por ter sido superprotegida pelos pais (Que específico...)? Enfim, seu personagem pode ser assim por inúmeras razões, e ter um modo de reagir ao mundo baseado unicamente nisto.



Exemplo: Uma personagem de mangá minha (que começou com uma fanfic) se chama Satsuki Namura. Ela foi adotada por um casal que, no momento seguinte, descobriu que a mulher estava grávida. Eles tentaram cancelar a adoção, mas já era tarde. Satsuki, desde então, foi maltratada por seus pais. Além de ser andrógina (parecer um menino), ela não recebia reconhecimento por coisas boas que fazia, e ficava de castigo até quando derrubava sem querer seu talher no chão! Isso contribuiu bastante para formar sua personalidade quieta, fechada e antissocial, e a fez esperar sempre maldade das pessoas que convivem com ela. (Olhem a expressão dela no desenho).




Existem dois tipos de personagem: O esférico e o plano.

Plano é o personagem que nunca muda. Por mais que passe por coisas que o enriqueceriam mentalmente ou espiritualmente, ele sempre continuará do mesmo jeito. Se for alguém malvado no começo da história, ele continuará malvado até o fim, não importa o que aconteça.
Já o esférico é o personagem que passa por experiências enriquecedoras e aprende com elas. Continuando no exemplo do malvado, pode ser que no meio da história ele se arrependa de seus atos e vire uma pessoa boa.

Também temos o protagonista, que é o personagem principal da fanfic. Pode ser tanto bom quanto mau (já assistiram Meu Malvado Favorito? Gru é o protagonista do filme, e é extremamente mau). A história tem que girar quase sempre em torno dos protagonistas.

Enquanto isso, temos também o antagonista. É o inimigo do protagonista e o oposto deste, em alguns casos. Aquela pessoa que os leitores amam odiar. xD

O secundário é aquele personagem que tem menos destaque que o protagonista da história, mesmo que sua participação seja também importante.

E por fim, o figurante é aquele personagem que só tem a participação e algumas falas. Não apresenta muita importância para a história, e mal tem destaque na mesma.

Vamos ver alguns exemplos.


(Para quem não conseguiu entender minha letra: IDEA Criar uma personagem que pareça ser a antagonista, mas na verdade é boa. NOTES Seu nome seria “Bonnie”, pois bone é “osso” em inglês, e esta personagem é meio gótica. Reprime impulsos de bondade por achar que seu gênero (raça) exige que seja má. Na verdade é uma fada do amor, embora não saiba disso. Seus cabelos são roxos, e seus olhos são de um verde-claro desconcertante (comparar com um veneno mortífero). Tez pálida e doentia).

Tez é um jeito antigo de falar pele (é, eu falo de um jeito antigo e misturo gírias. Estranho ú.u). Uma boa palavra para colocar no dicionário de vocês. o/

Bonnie é uma personagem esférica, pois tem um jeito extremamente malévolo no começo da história. Mas no decorrer desta, ela recupera seu jeito original, uma pessoa meiga, dócil e amável, apesar de não ser condizente com sua raça (fada das trevas). Bonnie é a protagonista da história, ou seja, a história gira quase que exclusivamente ao redor dela.

Este é meu jeito de criar personagens. Eu desenho como o personagem é, e depois tento rascunhar a personalidade dele, seus rostos (por isso também desenho as “expressões mais usadas”), seu jeito de ser... Mas este é apenas um dos jeitos! Eu também uso outra maneira, que é extremamente mais simples: Descrever a aparência e personalidade por escrito.

Por exemplo, uma personagem que eu também criei.

Alana Seu nome me lembra de uma menina bem metida de minha escola. Alana é como um bebê, se não consegue o que quer, logo fica emburrada. Parece frágil e meiga, mas na verdade é bem malvada. Seu cabelo é longo, cacheado e louro-platinado, hidratado e brilhante. Olhos rosa-claro, de uma beleza suave e doce. Tez caramelo, com um leve bronzeado. Só usa roupas curtas.”

Alana é uma personagem plana. Apesar de não parecer no começo, ela é muito malvada (por isso se dá bem com a Bonnie u.u), e continua má até o fim da história. Também é a antagonista, pois no fim da história, ela já é totalmente o oposto da protagonista.

Entenderam? (:

Agora vamos aos exercícios, a parte favorita de todo mundo! [/apanhafeio
Nestes de hoje, eu vou contar pontos pela criatividade, hein? E sem clichês!

1.       Crie a aparência (por escrito) de um personagem com a seguinte personalidade:

“Ele era malandro, sempre querendo se dar bem por cima das pessoas. Largara os estudos extremamente cedo na vida, já sabia que queria ser da parte dos bandidos desde pequeno. Nunca tentara nenhum emprego sério na vida! Quando ele chegava com os bolsos cheios, as pessoas sempre o olhavam com desconfiança. Nunca sabiam por onde esse cara tinha andado.”


2.       Agora, o contrário: Crie a personalidade (também por escrito) de um personagem baseando-se na aparência.

“Seus cabelos ruivos e longos estavam sempre perfumados. Seu jaleco branco denunciava sua profissão, a qual ela adorava. E seus olhos verdes brilhavam como esmeraldas toda vez que a deixavam contente.”


Toda a parte de personagem plano/esférico e protagonista/antagonista/secundário/figurante vale como dica nesta aula, ou seja, sem exercícios disso. xD

Obrigada por ler! Até daqui a duas semanas! o/

quinta-feira, 17 de março de 2011

Foco Narrativo


Por Sakura

  Olá ficwriters! Estão todos bem? Sakura falando! ^^
 
  Bom, na semana passada a Mary postou falando sobre o novo sistema de horários do blog, certo? Então, nesta semana, é a minha vez de publicar uma aula... Vamos lá!
  No colégio, nas aulas de Redação, estamos trabalhando com textos narrativos. Na semana passada, a minha professora estava nos explicando a respeito de um dos aspectos de um texto desse tipo: o foco narrativo. Logo quando estava no meio da aula, eu já estava pensando: “Eu tenho que levar esse assunto para o blog!” Portanto, esse será o tema da aula de hoje.

  Para começar, o que vem a ser “foco narrativo”? Basicamente, é o modo como uma história é contada. Essa característica da narrativa refere-se ao tipo de narrador. Mas vamos bem devagar para ficar tudo bem claro.
  •  Narrador é como chamamos a “pessoa” que conta uma história. Não se deve confundir narrador com autor. O autor é uma pessoa real que escreve a história (este é você, ficwriter!); já o narrador é, digamos, um artifício que o autor utiliza para contar essa história. Para ficar mais fácil de entender, vamos pegar um exemplo que todo mundo conhece: Crepúsculo. Nessa história, Bella é a narradora, porque é ela quem nos conta tudo o que aconteceu. Mas Bella não é a autora da história, pois ela não a escreveu; quem a escreveu foi Stephenie Meyer, a autora.


  •  Basicamente, existem dois tipos de narrativa:

1. Narrativa em primeira pessoa
2. Narrativa em terceira pessoa

  Vamos falar de cada uma delas separadamente:
  A narrativa em primeira pessoa, também conhecida como POV (do inglês “Point Of View”, “Ponto de Vista”) é aquela em que a pessoa que conta a história – o narrador – participa dela como um personagem. Nela, o narrador não só conta os fatos, ele presencia os fatos e participa deles. Observe o exemplo abaixo:
  A maioria das outras pessoas parecia não estar nem aí, mas eu estava nervoso. Impaciente, eu batia a ponta da lapiseira na carteira, num ritmo rápido, sem mal tomar consciência do movimento. Estava ansioso, era algo que eu não podia evitar. Os minutos pareciam se arrastar, e a fiscal não chegava nunca com a temida prova de Matemática. Se demorasse mais, eu precisaria ser levado dali numa ambulância de hospício, porque já estava à beira da insanidade, de tão apavorado. Sim, eu tinha estudado; todos os dias, durante duas semanas inteiras, incansavelmente. Mas isso não queria dizer nada: não me impedia de achar que eu não sabia nada, não me impedia de suar frio, não me impedia de me sentir enjoado e não impedia que meu coração disparasse à ideia de que tudo dependia de eu passar ou não naquela prova.
(Improviso da Sakura)
  Finalmente um exemplo que não seja clichê, já não era sem tempo! [/apanha
  Er... Quero dizer... Então, neste exemplo, você pode observar que o narrador está inserido na cena, participa dela (aliás, ele é o protagonista – personagem principal – dela!). Isto caracteriza uma narrativa em primeira pessoa. É bastante fácil identificá-la; a dica é ver se o narrador fala de “eu” (primeira pessoa do singular) ou “nós” (primeira pessoa do plural). Lembrando, é claro, que esses pronomes nem sempre aparecem explícitos como no exemplo, às vezes eles ficam subentendidos através das formas verbais, mas aí é tranquilo de identificar (isto é, eu acho; qualquer dificuldade com isso, avisem-me nos comentários ou entrem em contato pelo AnimeSpirit ou no e-mail do blog, e eu terei o maior prazer em explicar).
  Agora vamos falar da narrativa em terceira pessoa.  Nela, o narrador está ali somente para nos contar a história, ele não faz parte dela de nenhuma forma (tanto que nesse tipo de narrativa o narrador nem mesmo possui um nome próprio). Conforme o nome sugere, nesse tipo de narrativa o narrador fala sempre de “ele”, “ela”, “eles” ou “elas”, ou seja, das terceiras pessoas do singular ou do plural. Observe o exemplo anterior, agora narrado em terceira pessoa:
  O garoto estava sentado na sala, aguardando que a fiscal chegasse com as provas de Matemática. Ele estava nervoso, fato que se observava facilmente pelo modo como batia com velocidade a ponta da lapiseira na carteira, criando um ruído que soaria enervante aos outros, se não estivessem tão ocupados em conversar. Eles – os outros – pareciam não se importar com as notas que tirariam, porque não aparentavam nem de longe estarem tão apreensivos quanto Simon. Mas, também, o caso dele era diferente: tudo dependia de seu desempenho naquela prova. Tudo estava em jogo ali. Os minutos se arrastavam lentamente, e ele estava à beira de um ataque de nervos...
(Improviso da Sakura)

  Acho que com este exemplo ficou clara a diferença entre um tipo de narrativa e outro, certo? Neste segundo exemplo, observa-se que o narrador está apenas contando sobre o nervosismo de Simon diante da prova; ele não estava na sala de aula naquele momento, e nem era o próprio Simon – ou seja, ele não faz parte da história, somente a conta para nós.
  •   Qual tipo de narrativa escolher?

  Bom, aí já é uma escolha pessoal; você deve escolher aquela que você acha que mais combina com a sua história e/ou aquela com que tem mais facilidade na hora de escrever (de preferência, sempre que possível, utilize a que para você é mais natural, que flui mais facilmente). Qual é a mais fácil? Nenhuma das duas: há quem tenha facilidade com a narrativa em primeira pessoa, há quem tenha com a terceira pessoa e há quem consiga escrever bem com ambos os tipos. Você tem que experimentar e ver qual é o seu caso.
  Apesar disso, há alguns gêneros que, em minha opinião, ficam melhores em um ou outro tipo de narrativa, e muitas vezes até mais fáceis de escrever. Lembrando que esta é a minha opinião; você pode não concordar comigo, e isso não quer dizer que qualquer um de nós esteja errado, ok? Mas eu vou deixar aqui para vocês os gêneros que em minha opinião ficam melhores com cada tipo de narrativa:

1. Primeira pessoa: Drama, Tragédia, Romance, Novela, Shoujo, Comédia, Terror e Horror
2. Terceira pessoa: Ação, Luta, Aventura, Shounen
 
  E é isto. Os demais gêneros, em minha opinião, dependem mesmo do tipo de história e tudo o mais, o que irá determinar a melhor escolha de tipo de narrativa.

   Antes de encerrar este tópico e começar a falar dos tipos de narrador (notem que até agora eu falei dos tipos de narrativa, o que é bem diferente), cabe aqui falar das vantagens e desvantagens de cada tipo de narrativa, o que certamente irá influenciar muito na sua escolha, dependendo do que você que enfatizar na sua história. Para ficar simples, vou passar aqui um quadro-resumo dos dois tipos de narrativa, que vocês podem inclusive salvar para referências futuras (mas, por favor, não coloque este quadro em seu site ou blog sem dar os devidos créditos ao De Ficwriter para Ficwriter; isso é proibido, assim como a reprodução de qualquer parte das nossas aulas):

Tipos de Narrativa - Vantagens e Desvantagens
 
  Mas é claro que essas são as vantagens e desvantagens que eu vejo; como isso tudo é muito pessoal, você pode ter opiniões diferentes das minhas. ^^’
  No entanto, vocês hão de concordar que algumas delas são incontestáveis, certo? Por exemplo, é inegável que com a narrativa em primeira pessoa você não pode explorar o interior de outras personagens, que não o (a) protagonista.

  • Tipos de narrador:

Bom, até agora nós vimos que a narrativa pode ser dividida em dois tipos: narrativa em primeira pessoa e narrativa em terceira pessoa. Dentro de cada um desses estilos narrativos, podem existir dois tipos de narrador. Vamos falar sobre eles agora:

1. Na narrativa em primeira pessoa, temos estes dois tipos de narrador:
O narrador-personagem é aquele que, além de contar a história, participa dela diretamente, como personagem principal. Um típico exemplo desse tipo de narrador é a série Percy Jackson e os Olimpianos – tudo gira em torno do Percy, e é ele quem conta a história para nós.
Já o narrador-testemunha participa da história, está lá no momento da cena, mas não é seu protagonista. Isto é, ele apenas age como uma testemunha, assistindo à cena e nos contando o que aconteceu. Para facilitar o entendimento, imaginem que aconteceu um crime: a testemunha viu o crime e pode descrevê-lo para o policial, mas não foi ela quem cometeu o crime. Lembrem-se sempre disso, que fica fácil diferenciar.

Observação importante: No caso deste tipo de narrativa, o narrador pode atuar em determinado momento como narrador-personagem, e em outro como narrador-testemunha, dentro de uma mesma história (mas em cenas diferentes, obviamente).

2. Agora, na narrativa em terceira pessoa, temos outros dois tipos de narrador:

O narrador-observador é aquele que assiste à história e nos conta o que aconteceu/está acontecendo, mas não está dentro da cena, fazendo parte dela. Ele apenas observa os fatos e conta para o leitor. Minha professora o comparou com uma câmera: ela filma tudo e nos mostra o que está acontecendo, e só o que está acontecendo.
Quanto ao narrador-onisciente... “Onis” significa “tudo”, e “ciente” significa “aquele que sabe”; por tanto, “onisciente” quer dizer, literalmente “aquilo que tudo sabe”. Este é aquele narrador que além de nos contar o que a personagem está fazendo, pode nos contar o que ela está pensando, o que ela está sentindo, enfim, aquilo que se passa no interior da personagem. Então, ele é mais que uma “câmera”, ele vê através da personagem. Ele sabe tudo, absolutamente tudo que há para saber a respeito dela, coisas que nem mesmo a própria personagem sabe a seu respeito. Ele pode nos contar sobre seu passado, presente e até mesmo futuro. Ele tudo sabe. Ok, isto está parecendo história de terror, então vamos parar por aqui. –q
Mas ficou clara a diferença, entre os dois, certo? Enquanto um conta apenas o que aconteceu/está acontecendo, o outro pode nos dar muitos outros detalhes e fazer muitas outras revelações.

Observação importante: Com este tipo de narrativa, não pode ter tanto narrador-observador quanto narrador-onisciente dentro de uma mesma história; ou ele é sempre onisciente, ou ele é sempre observador.
  Então é isto. Agora vocês sabem tudo o que há para saber sobre foco narrativo. E agora vocês me perguntam: “Certo, e para que serve isto mesmo?” Bom, se vocês observarem, eu não dei nenhuma grande dica nesta aula, nem lhes disse o que fazer ou deixar de fazer, não é? Esta aula, portanto, serviu apenas para ajudar-lhes a decidir que tipo de narrativa e de narrador escolher quando forem escrever suas histórias. E também é uma base importante para o assunto que planejo para a minha próxima aula: a descrição dentro da narrativa. O que quero dizer é o seguinte: isto não foi inútil, como talvez esteja parecendo para alguns, ok? (Digo isto porque algumas pessoas lá na minha escola ficaram dizendo que essa matéria não servia para nada, que você não precisa conhecer os elementos de uma narrativa, é só ir lá e escrever uma história e pronto. Mas não é bem assim... ¬¬)

  Bom, vamos aos nossos exercícios, então. Sim, eu sei que vocês estavam ansiosos por isto. 8D [/apanha
  Mas eu a partir de hoje começarei a fazer algo diferente nos exercícios, está bem? Vou começar a passar exercícios objetivos (de múltipla escolha), e dar o gabarito deles no final. Assim fica mais rápido para vocês fazerem e corrigirem, e não dá tanta preguiça. Fica melhor, não acham? No entanto, isso não quer dizer que eu vá deixar de passar exercícios discursivos (de escrever), hein? Afinal, isto aqui é um blog justamente para ensinar as pessoas a escrever, e você só aprende a escrever... Escrevendo. Não há alternativas.
  Enfim, vamos a uma pequena listinha de exercícios, então:

Exercícios:

ü        *Exercícios objetivos

01. Considere o trecho abaixo:

  A noite caía. Um silêncio mortal – literalmente – tomava conta do cemitério. Não havia movimento algum, exceto aquele provocado pela leve brisa ao acariciar a grama. Mas, também, não era esperado movimento, num lugar como aquele, onde a calmaria da morte reinava.
   De repente, um vulto se moveu, indicando que algum ser vivo ousava pisar naquele lugar e perturbar o descanso eterno das pessoas sob as lápides. Erick, com uma longa capa que chegava quase a tocar o chão e que possuía um capuz que lhe encobria a feiúra, andava decisivamente por entre os túmulos, sem se nem mesmo se sentir levemente assustado. Os mortos não o assustavam. Nada podiam fazer contra ele.
  O “Fantasma da Ópera” ajoelhou-se diante de uma velha lápide. Nela, podia-se ler vagamente um nome: Daaé. E então Erick pôs-se a chorar; estava prestes a fazer uma coisa horrível! Mas era necessário... Era necessário. Somente este pensamento e o fato de estar agora se desculpando com o pai de Christine podiam consolá-lo naquele momento.
(Improviso da Sakura)

Marque a alternativa correta:

a) Nesse trecho, temos uma narrativa em primeira pessoa, pois expressa os pensamentos e sentimentos da personagem principal.

b) Nesse trecho, temos uma narrativa em terceira pessoa com narrador-personagem, porque Erick é o personagem principal da história, e as ações dele são narradas.

c) Nesse trecho, temos uma narrativa em primeira pessoa com narrador-testemunha, porque a personagem principal nos conta o que ela está fazendo e pensando.

d) Nesse trecho, temos uma narrativa em terceira pessoa com narrador-onisciente, porque ele nos conta o que Erick está fazendo e como ele se sentia.

e) Nesse trecho, não é possível determinar o tipo de narrador, porque não há como saber se quem conta a história é ou não o próprio Erick.


02. Marque a alternativa em que o tipo de narrador do trecho está corretamente classificado entre parênteses:

a) “Eu acordei, sentindo minha camisa ensopada de suor. O pesadelo desta vez não fora com Voldemort, mas eu bem preferiria que tivesse sido. Teria sido muito menos assustador. Em pânico, sem me importar se o movimento brusco que fiz para me levantar acordaria a Ginny ou não, corri para o quarto de Lily. Minha filha não estava lá. Por um instante, eu não soube o que pensar, permanecendo paralisado à porta do quarto dela.” (narrador-onisciente)

b) “Alice agora já tinha 15 anos, não era mais criança. Isto é, aparentemente, porque ela nunca se esquecera do País das Maravilhas, nem do Mundo do Espelho. Sua imaginação nunca deixara de ter todo o brilho e a pureza da de uma criança. Ela recusava-se a deixar de ser infantil, mesmo que por fora já fosse uma ‘mocinha’, segundo as amigas de sua mãe. Assim, a garota seguia sua vida feliz, ignorando os comentários de todos os que falavam mal dela por continuar sendo daquele jeito, quando conheceu o terceiro mundo...” (narrador-secundário)

c) “Era uma vez... Ora, por que todas as histórias começam assim? Nem sequer faz sentindo! O que diabos quer dizer ‘era uma vez’? Agora não é mais uma vez? Aaargh! Pouco me importa! O negócio é o seguinte: meu nome é Kurogane (sem piadinhas idiotas!), e vou contar o que me aconteceu quando decidi continuar viajando com o moleque, aquele bolinho falante e aquele ser irritante... A pior, e ao mesmo tempo a melhor decisão de minha vida.” (narrador-testemunha)

d) “Pierre olhou ao redor, sem saber o que devia fazer a seguir. Seu primeiro pensamento, ao ver-se sozinho naquele país tão completamente diferente do seu, onde as pessoas nem sequer falavam a mesma língua que ele, seu primeiro pensamento foiOh My God! Eu sabia que não devia ter vindo sem o pessoal da banda!’” (narrador-personagem)

e) “Lelouch sorriu desdenhosamente para as imagens na televisão. Levantando-se, dirigiu-se ao local onde escondia o maior segredo de sua vida – a roupa de ‘Zero’. Felizmente para ele, C.C. não estava no quarto naquele momento. Era a hora perfeita para agir. Já completamente vestido, pegou a máscara negra e saiu a passos rápidos, diminuindo a velocidade apenas quando passou pela porta da cozinha, para anunciar: ‘Vou sair rapidinho, Nanali! Volto logo!’” (narrador-observador)

03. Marque (V) para verdadeiro e (F) para falso:

(  ) Na narrativa em primeira pessoa, o narrador-personagem é aquele que conta algo que acontece com ele mesmo, enquanto o narrador-observador é aquele que conta algo que aconteceu com outra personagem, mas que ele presenciou.

(  ) “Liesel só sabia de uma coisa:daquele dia em diante, nunca mais veria os livros da mesma maneira.” Neste trecho, podemos afirmar que o narrador é um narrador-onisciente, porque sabe a respeito dos pensamentos de Liesel, mesmo que ele não seja a própria Liesel.

(  ) Quando a história é contada referindo-se a “nós”, podemos dizer que a narrativa é em primeira pessoa.

(  ) Numa mesma fanfic pode ocorrer ao mesmo tempo, dentro da narrativa em primeira pessoa, narrador-personagem e narrador-testemunha. Também pode ocorrer, numa mesma fanfic com narrativa em terceira pessoa, narrador-onisciente e narrador-observador.

(  ) “Brian sempre me dizia que eu não precisava pensar no adeus, porque estaríamos juntos para sempre. Agora o adeus chegou. Ele não está mais aqui, foi para um lugar de onde eu não posso trazê-lo de volta. E agora ele não está aqui para me dizer o que faço, deixando-me totalmente despreparada para isto. Como posso continuar vivendo sem ele?” Neste trecho, ocorre uma narrativa em primeira pessoa com narrador-onisciente.

A sequência correta é:

a) VFVFV
b) FFVVF
c) FVVFF
d) FVFVF
e) N.D.A. (Nenhuma das Alternativas)


*Gabarito (Seja honesto! Tente resolver as questões você mesmo, antes de conferir as respostas!)

01. D
02. E
03. C


  E é isto! Espero que tenham acertado tudo, hein? Qualquer tipo de questionamento sobre os exercícios (esse tipo de atividade sempre nos deixa meio em dúvida, eu sei disso...), perguntem nos comentários ou entrem em contato através do e-mail do blog ou do AnimeSpirit, ok? E mais uma coisa... Por favor, deem suas opiniões: é melhor continuar com este tipo de exercícios, ou voltar para os discursivos?
  Por fim, quero perguntar se vocês querem a resolução dos exercícios sobre pontuação. Ninguém pediu, mas eu acho que esse é um assunto que precisa ficar realmente bem claro, então me preocupa um pouco que ninguém tenha se manifestado quanto a isso...

  Então vou me despedir por enquanto. Espero que tenham gostado da aula! Até daqui a duas semanas!


Fonte:  Aula de Redação no colégio.

P.S.: Se houver qualquer tipo de erro, se a aula estiver talvez confusa ou algo assim, peço que me avisem nos comentários. Nem a Mary, nem o Jerry estavam disponíveis para revisar para mim hoje, então estou meio insegura quanto a isto. >.<"

sexta-feira, 11 de março de 2011

Novo horário de postagens!

Olá, pessoal! Tudo bem com vocês? Espero que sim. ^^

Aqui é a Mary falando. Certo, viemos aqui hoje propor o seguinte para vocês: um horário totalmente novo, com aulas toda sexta-feira (cada sexta é uma ficwriter que escreve) de diversos assuntos. Assim, a gente não deixa o blog parado por muito tempo!

A próxima sexta-feira é da Sakura. Esperem a aula dela!!

Por favor, comentem o que acharam do nosso novo horário. :3


Mary

sábado, 5 de março de 2011

Vícios de Linguagem

Olá, pessoal! Mary falando!! o/

Ok, tenho algumas mil-explicações para dar, certo? Ok, como algumas pessoas sabem, meu colégio tem dois módulos de ensino, que o aluno pode escolher: info e regular. O regular é mais fácil do que o info, por ter seis aulas todo dia e não ter nada de computação, e abrange bem mais horário de aulas do que o info, tendo uma proporção de 2:1 para cada aula do info.
Já o info (que é o que eu estou fazendo) tem muito mais matérias de computação (Introdução ao Sistema Operacional, Programação, Arquitetura de Computadores e afins) e muito menos aulas de matérias normais (tipo português, matemática). E temos uma média de sete aulas por dia e duas vezes por semana, até oitava aula (mais especificamente, de terça e sexta). Para vocês terem noção, mal tive um mês de aula e já fiz quatro provas escritas e três provas orais! Sem contar os milhares de trabalhos...

*Mary começando a sufocar, faz uma pausa e continua a falar*

Ufa... Enfim, deu para perceber que eu estou um pouco enrolada na escola, certo? ^^’

Mas não vamos falar dos meus problemas, certo? Vamos falar da aula que eu preparei para vocês!


Vícios de Linguagem
Por Mary


Primeiramente, o que é um vício de linguagem? É um desvio da norma gramatical que fica feio, tanto escrito quando falado! Por exemplo, vamos supor que você está lendo uma fanfic que tem o seguinte trecho:

“Era desnecessário que ele me chamasse, afinal eu já me dirigia pela sala antes de ouvir o interfone tocar. Isso só me fez desviar da rota original, e no final tive que refazer o percurso de novo, subindo para o andar de cima.”

(Refazer o percurso, já mostra que você terá que fazer de novo, não precisa reforçar / Não, vai subir para o andar de baixo. u.ú)

Entenderam qual é o ponto? Ás vezes a repetição de recursos desnecessários cansa o leitor.

Agora, quais são os nomes dessas coisas chatas chamadas “Vícios de Linguagens”?


Pleonasmo Vicioso é a repetição desnecessária de uma informação.

Exemplo: Sakura olhava para tudo, para os lados, até para o chão. Ela reparou que o orvalho noturno da noite brilhava nas pequeninas flores de cerejeira.
Sempre que faz uma viagem ferroviária de trem, Natsu fica enjoado e Lucy tem que ajudá-lo.

( Para saber mais: Existe um vídeo bem legal e engraçado, falando sobre o pleonasmo que a gente usa no dia-a-dia sem perceber. Se quiserem entender melhor, assistam! http://www.youtube.com/watch?v=Qbm2w_T4laY )


Cacófato é o som desagradável provocado pela junção de duas ou mais palavras na cadeia da frase.
( Atenção, este vício de linguagem pode ser benéfico se você usá-lo bem, pois você pode deixar seus personagens incomodados se alguém os usar perto dele. Bem útil! )

Exemplo: Tenten cuspiu sangue. Na boca dela estava a prova da agressão que sofrera.
(Bocadela. Tentem falar rápido. Bo-cadela. Não fica com um sentido bem estranho e feio?)


Hiato ocorre quando há uma sequencia de vogais, provocando dissonância.

Exemplo: A menina o mediu friamente. – Ou eu ou outro faz o serviço.
Ele sacudiu a cabeça com vigor. – Não quero saber. Eu o ouvirei amanhã.


Colisão ocorre quando há muitas sílabas iguais na mesma frase.

Exemplo: Ino virou-se para Sakura sorrindo, sem esconder sua felicidade. – Sua saia saiu suja da máquina. Parece que alguém não vai sair com o Sasuke!


Ambiguidade ocorre quando, por falta de clareza, há duplo sentido da frase.
( Atenção: Este é o pior de todos! Não tem nada pior do que tentar descobrir o que o autor quis dizer na verdade, e aquele duplo sentido te atrapalhando! )

Exemplo: Itachi teve que chamar a atenção de Sasuke, por não ter tomado cuidado e ter batido seu carro no portão de casa. (O carro do Sasuke ou do Itachi?)



Entenderam certinho o que são vícios de linguagens e como pioram nossos textos? Muito bem, para fixarem melhor, passarei alguns exercícios, ok?

Identifique e classifique os vícios de linguagem:

1.       Ao toque da campainha, Itachi desceu para a sala de baixo para ser julgado.

2.       Yukito visitou Tohno, e depois saiu com seu carro.

3.       – Quieto! – Yukino estava com a orelha colada no aparelho de som. – Afine o ouvido quando ouvir esta música, é a melhor!

4.       O Papa pediu passagem para a Polônia.

Todos os créditos da Gramática 1996 – Paschoalin & Spadoto!


Obrigada por lerem esta aula! Ah é, e antes que eu me esqueça, muito obrigada por entregar o prêmio Dardos para duas ficwriters desocupadas que decidiram ajudar outras pessoas! Muito obrigada mesmo! Eu fiquei muito orgulhosa (de mim mesma), sério!

Até mais! (: